Etapas para um Aerolevantamento com Drone: O caso do Sítio do Farol

O uso de drones tem se tornado cada vez mais popular e vai muito além das lindas imagens aéreas utilizadas pelo pessoal do audiovisual. Na HabitatGeo usamos essa  tecnologia para o mapeamento. Os drones tem  a capacidade de capturar imagens aéreas precisas e de alta resolução que nos embasa em diversas tomadas de decisão em várias áreas que atuamos. Por exemplo: já utilizamos o drone para analisar as interferências físicas na área do cone de aproximação de aeródromo, também utilizamos muito na inspeção georreferenciada de linhas de transmissão, ou também no monitoramento de reflorestamento.

Aqui neste texto vamos abordar as etapas envolvidas no processo do aerolevantamento que fizemos este mês no Sítio do Farol, em Saquarema – Rio de Janeiro, com vitas à criação de uma Reserva Particular do Patrimônio Natural e gestão ambiental da propriedade. E você vai entender como os drones têm se destacado como ferramentas eficientes nessa prática.

As principais etapas para um aerolevantamento com drone são:

  • Planejamento do aerolevantamento
  • Preparação do drone
  • Execução do aerolevantamento
  • Processamento dos dados
  • Análise dos resultados

Continua aqui que vamos comentar cada uma dessas etapas realizadas no Sítio do Farol.

Planejamento do Aerolevantamento do Sítio do Farol

Antes de iniciar o aerolevantamento com drone, é essencial realizar um planejamento cuidadoso. Nessa etapa, são definidos os objetivos do projeto, a área a ser levantada, a altitude de voo, o tipo de sensor a ser utilizado e a resolução desejada, de acordo com o objetivo. Também é necessário obter as permissões necessárias, como autorizações para voar em determinadas áreas e seguir as regulamentações locais.

Os proprietários do Sítio do Farol solicitaram a HabitatGeo para fazer o aerolevantamento da propriedade com o intuito de mapear a área para transformar parte da propriedade em RPPN – Reserva Particular do Patrimônio Natural, que é uma Unidade de Conservação (UC) privada. Os proprietários tinham uma planta e memorial descritivo do imóvel, que também utilizamos no planejamento. A área coberta pelo drone foi de 10,95 hectares que contemplavam a casa dos proprietários, uma cachoeira e uma linda cobertura de mata atlântica, como podemos ver na Figura 1.

Preparação do Equipamento

Concluído o planejamento, é hora de preparar o equipamento. Isso inclui verificar a carga da bateria do drone, realizar a calibração, garantir que os sensores estejam funcionando corretamente e preparar os cartões de memória para armazenar as imagens capturadas.

O Drone que utilizamos para o aerolevantamento no sítio do Farol foi um Phantom Pro 4 da marca DJI.

Segundo o fabricante (https://www.dji.com/br/phantom-4-pro-v2?site=brandsite&from=eol_phantom-4-pro) o Phantom Pró 4 tem um sensor CMOS de 1” capaz de gravar vídeos em 4K a 60fps e fotos em 20 MP. Tem um sistema de transmissão OcuSync 2.0 HD que garante conectividade estável e confiável. Além do seu sensor de obstáculos em cinco direções que oferece segurança extra.

Neste dia, depois do planejamento do voo e preparação do Drone, parecia está  tudo pronto para voar, mas o tempo virou e tivemos que esperar a  chuva passar. Não é recomendado voar com chuva pois a água da chuva poder afetar os equipamentos eletrônicos, prejudicar os sinais de transmissão e a visibilidade. Ou seja, se estiver chovendo não coloque o drone para voar (e também coloque no seu planejamento – etapa anterior –  verificar a previsão do tempo!!!).

Na verdade, foi uma garoa passageira e logo conseguimos colocar o drone no alto! Aproximadamente às 11h da manhã conseguimos voar, que é uma hora ótima! Mas o que seria uma hora ótima para voar?

Isso tem haver com a posição da Terra em relação ao sol, pois essa posição vai determinar a projeção de sombras! E ninguém quer a sombra do drone nas imagens do resultado final. Quando o sol está à pino, próximo ao meio dia, é quando é projetado menos sombra. Ou seja, após a chuvinha, o sol voltou e voamos em uma ótima hora!

Execução do Aerolevantamento

Com o planejamento concluído e o equipamento preparado, é hora de executar o aerolevantamento. O drone é lançado e controlado remotamente pelo piloto, que segue um plano de voo pré-estabelecido. Durante o voo, o drone captura uma série de imagens aéreas da área, usando câmeras e sensores de alta resolução.

No aerolevantamento do Sítio do Farol para levantar uma área de 10,95 hectares foram realizadas 126 fotos em um voo de  proximadamente 7 minutos.

Processamento dos Dados

Após a conclusão do aerolevantamento, as imagens coletadas precisam ser processadas. Esse processo envolve o uso de softwares especializados.

Os dados processados do Sítio do Farol forneceram informações muito precisas do terreno, como a reconstrução tridimensional (3D) do terreno (Figura 2) , a geração de modelos digitais de elevação (MDE) (Figura 3) e a criação de ortofotos (Figura 1).

Vale lembrar que o processamento dos dados são proporcionais à área de estudo. Aqui realizamos levantamento de uma área pequena, o tempo de voo foi curto e utilizamos apenas uma bateria. Logo o processamento também é curto. Mas já fizemos levantamentos de áreas muito maiores que demandam um longo período de proccessamnto!!

Análise e Utilização dos Resultados

Uma vez processados, os dados obtidos no aerolevantamento podem ser utilizados para diversas finalidades. A partir daí podemos realizar mapas detalhados, análise espacial e identificar áreas de interesse.

Aqui, no caso do Sítio do Farol, durante a análise dos resultados obtidos, descobrimos que área descrita no memorial descritivo  do imóvel, registrado em cartório, não condiz com a realidade… Mas aí já é outro assunto, já que muitos documento antigos possuem erro de levantamento.

Fechamos esta primeira postagem do blog da HabitatGeo conhecendo muito mais sobre curiosidades e etapas de um aerolevantamento com drone. Essa técnica, muito utilizada na HabitatGeo,  tem se mostrado extremamente útil e eficiente na obtenção de dados geoespaciais e por consequência  na tomada de decisão precisa e eficiente dos nossos clientes.

E você, gostou da nossa primeira postagem? Já conhecia todas estas etapas de planejamento, preparação, execução e processamento? O que você está achando desta revolução dos drones no mapeamento e na coleta de dados espaciais? Conversa com a gente!

Figura 1: Ortofoto realizada no aerolevantamento do Sítio do Farol, Saquarema – RJ.
Figura 2: a representação tridimensional (3D) do terreno realizado no aerolevantamento do Sítio do farol, Saquarema – RJ.
Figura 3: Modelo digital de elevação obtido através do aerolevantamento realizado no Sítio do Farol, Saquarema – RJ.
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